quinta-feira, 22 de abril de 2010

Análise - A culpa é do Fidel

Este é um filme meio antigo, ele é de 2006. Infelizmente, ou felizmente, só pude assisti-lo esses dias, e desde os primeiros 10 minutos de filme venho pensando no que escrever sobre ele. Logo de cara lhes digo, é um dos melhores filmes que vamos assistir em nossas vida, o porquê? Vamos ao filme então...




Estamos em 1971, em Paris. Anna (Nina Kervel-Bey) tem 9 anos. Ela é simpática, inteligente e adora que penteiem seu cabelo, aliás, faz questão disto. Mora em uma bela casa com seus pais e o irmão François (Benjamin Feuillet), estuda em uma escola católica só para meninas e é acima de qualquer suspeita uma mini-lady, extremamente educada, apesar da personalidade forte que apresenta durante o filme. Ela gosta de tudo no seu devido lugar, as aulas de manhã, as brincadeiras no espaçoso jardim de sua casa antes da lição escolar, o banho antes de comer e por fim uma bela noite de sono. Mas seu mundo é agitado por uma inesperada chegada de sua tia acompanhada da filha. O marido dela, um comunista, foi morto na Espanha, e o fato junto com alguns fantasmas do passado acendem uma centelha no pai de Anna, Fernando (Stefano Accorsi), uma centelha de comunismo, que combinada com a efervescencia politica da época levam o Sr. Fernando De La Mesa e rever seus conceitos e prioridades, e é neste ponto que a vida pacata de sua familia começa a ficar de pernas para o ar.

Eles se mudam para uma casa menor, o pai deles deixa o bom emprego que tem, a mãe a mesma coisa e eles se tornam ativistas, se tornam vermelhos e barbados, segundo a visão da jovem Anna. A menina é tirada das aulas de catecismos e enxerga os pais entrando cada vez mais no mundo comunista. Homens barbados e mulheres esquisitas, ou ciganas como imagina a menina, começam a frequentar a casa deles, sua babá muda de tempos em tempos e as comidas que as mesmas fazem também. Mas de quem seria a culpa por todas estas drásticas mudanças? Influenciada pela ex-baba anti-comunista e pela avó conservadora Anna repassa toda a culpa pelos novos acontecimentos a Fidel, dando nome ao filme.

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De uma forma delicada e leve a diretora e roteirista do filme, Julie Gravas, nos apresenta ao mundo de Anna De La Mesa, nome este muito interessante por sinal, aqueles que assistiram o filme sabem porque.

Como a jovem garota lida com os dilemas de sua nova vida, como seus pais tentam fazê-la entender o que é comunismo e porque certas coisas estão acontecendo são o ponto principal do filme, que nem de longe é uma mensagem política, mas sim uma mensagem antropológica, a história é sobre relacionamentos e sobre pessoas, sejam elas adultas ou crianças.

Um filme com um humor ácido e de certa forma tângivel, com belas cenas protagonizadas pela belíssima Nina, que atuou como gente grande neste filme, confesso que não conhecia a garota e nem me lembro de outro filme dela, mas se ela conseguiu fazer este filme com tamanha profundidade e profissionalismo me animo com a idéia de procurar vê-la uma vez mais.

A grande sacada do filme é ao fim conseguir passar a imagem de amadurecimento da menina, que se antes era mimadinha e distante, mostra-se depois de pouco mais de uma hora uma jovem muito inteligente e madura, retrato de uma infância comunista, que vê as coisas da sua própria maneira, mas que aprende algo com cada uma delas, com cada briga, cada sorriso e conversa com "los barbudos". E a prova deste amadurecimento é a cena final ilustrando a singular e emocionante passagem da infância para algo além, além do comunismo ou do capitalismo, algo que só uma infância como a da garota, regada de altos e baixos, pode proporcionar.

Fica a dica de mais um ótimo filme para alegrar vossas vidas.

Até mais.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Análise - AntiCristo

"Anticrist" da Lars Von Trier está acima de qualquer crítica. Ele é chocante, horrendo e perturbador.




É díficil encontrar palavras para descrever o filme, não porque ele seja muito bom ou muito ruim, é porque ele é muito profundo, aborda temas atemporais e surge rapidamente como um choque mental e um desafio aos nervos do telespectador. Totalmente frio o filme desrespeita o espectador até o próprio sentir-se tentado a abandonar o filme, e tenho certeza que muitos o fizeram, não os culpo, até agora me pergunto como pude me permitir assistir todo o filme, mas digo uma coisa, ao fim do filme a sensação de vitória é doce e está além de discussão. Se você espera divertir-se e passar bons momentos enquanto assiste a um filme, escolha outro filme.

Fotografado de forma magistral por Antony Dod Mantle o filme é quase uma ode à figura feminina, podemos também chamar de um porn-torture, mesclando cenas eróticas com tortuosas cenas que chocariam o mais insensível ser humano. E chocar é certamente a palavra que define a concepção do filme. Seja pela falta de pudor ou pelo simples diálogo entre marido e  mulher a fita vai por caminhos obscuros sempre mantendo o clima de tensão, nunca sabemos o que vai acontecer, e nem sequer nos damos ao trabalho de tentar adivinhar, pode ter certeza de que qualquer coisa ruim que você possa imaginar que vá acontecer vai acabar sendo pior.

A história:

O começo do filme é de tirar o fôlego. A fita é dividida em 5 capítulos, bem peculiar de Lars: Prólogo, Luto, Dor (O caos reina), Desespero (Ginocídio), Os três mendigos e fechando o filme o Epílogo. Antes que possam estranhar a palavra Ginocídio, é como o diretor se refere ao genocídio feminino. Bom, voltando ao começo do filme. Logo no prólogo (que deve durar uns 10 minutos, talvez menos, impossível a medição do tempo enquanto assistimos este filme) nos deparamos com uma das melhores cenas em time lapse que já tive o prazer de presenciar. Enquanto o casal sem nome (interpretados por Williem Dafoe e Charlotte Gainsbourg, esta vencedora de premio de melhor atriz no festival de cannes com este filme) mantém relações, o filho do casal se levanta no meio da noite e pula da janela, deste jeito morrendo. Isto ao som de Lascia Ch'io Pianga da ópera Rinaldo de Georg Friedrich Händel. E está é a única música do filme, que utiliza dos sons amedrontadores durante todo a fita para dar ritmo a trama, com exceção deste prólogo e do epílogo que são acompanhados da citada música.

Quando o filho do casal morre a mulher, uma intelectual escritora, entra em uma profunda depressão diante da culpa que sente. Ela acredita que foi a culpada pela morte do filho e não consegue deixar para trás as feridas. Por outro lado, seu marido, um psicanalista parece nem sentir a morte do filho, preocupado apenas em cuidar da mulher, "sua mais nova paciente" como a mesma se auto-denomina. Convencido de que a melhor maneira para a mulher deixar estes fantasmas no passado, e ter uma vida saudável novamente, é enfrentar seus medos ele decide levar a mulher ao Éden, uma casa deles no meio da mata, lugar pelo qual ela sente mais medo de ir.

E é no Éden que eles se deparam com seus tormentos, "A igreja de Satanás", como o próprio filme define. O que acontece naquela cabaninha no meio da mata é algo que eu nunca teria coragem de escrever aqui, é algo que você assiste e guarda para sempre em sua memória, mas nunca diz. E por mais pertubardor que pareça, é lindo. O filme inteiro é lindo. Temos uma cena de uma raposa dilacerada proclamando a todos: O caos reina! Ao melhor estilo de "O albergue" o filme nos dirige de forma inconsciente aos nossos próprios medos e aflições, é praticamente uma viagem dilacerável ao interior de cada um de nós.

No meio de todo o caos e loucura que a mata traz aos personagens, os deixando expostos aos próprios sentidos e instintos, nos vemos diante de atuações memoráveis, e não só as atuações, todo o clima que paira durante todo o filme, que parece se intensificar em algumas partes e fazer escorrer o medo dando lugar ao interesse e a admiração. 

Partindo do pré-suposto de que Satanás criou toda a natureza "Anticristo" proporciona momentos únicos aos espectadores, e além de tais momentos ele proporciona a reflexão tão pouco usual hoje no cinema contemporâneo. 

"Uma mulher que chora é uma mulher traiçoeira", diz a personagem de Charlotte já no fim do filme. Quer mais reflexão que isso?

Antes de finalizar, só me darei o direito de comentar o Epílogo, uma cena desconexa onde aparecem inúmeras mulheres dando sentido a palavra Ginocídio e incitando ainda mais o pensamento sobre o filme, e definindo de forma mais marcante as intenções do diretor, se é que isso é possível,. Será mesmo a natureza humana má?

Boas reflexões, até mais.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Este filme é inspirado na série de livros "Mano" de Gilberto Dimenstein e Heloisa Prieto.

O que tinha tudo para ser somente mais um filme nacional conseguiu sucintamente fazer-se um tremendo de um filme, com cenas divertidas e sinceras além de uma história envolvente, apesar de passada.

A história:

O personagem principal, Mano (Francisco Miguez) tem 15 anos. Ele é inseguro de si mesmo e trilha a estrada normal para um jovem de sua idade, a primeira vez com uma menina, a descoberta do amor e suas decepções, o convívio com seus pais e seus colegas de escola e por aí vai.

Logo no começo da fita Mano e seu irmão, Pedro (Fiuk), descobrem que o pai deles é homossexual, e é aí que começa a se desenhar a história. Como ambos lidam com a idéia de um pai gay e como eles lidam com todo o resto da escola sabendo disso é a idéia (ou ideia, seguindo a nova ortografia) do filme.

Do outro lado há a jovem Carol (Gabriela Rocha), uma menina normal que prefere conviver com meninos do que com as garotas de sua idade. Ela é a melhor amiga de Mano, e a pessoa com quem ele divide todos os segredos e vice-versa, isso até um acontecimento mudar as coisas.

Este filme vai por caminhos até hoje não muito explorados no cinema. É um filme sobre jovens, feito para jovens, que hoje são realmente uma grande parte do mercado cinematográfico, mas nem por isso o filme deixa de ser gostoso de se ver para aqueles um pouco mais velhos. A história passa por fins de relacionamentos para uma menina apaixonada pelo professor, e ainda descreve como uma vida pode ser infernizada pelo tão pouco falado Bullying digital. Outra coisa para a qual devemos nos atentar é para a trilha sonora. Caiu como uma luva, cada música no seu lugar certo, no momento certo, não tomou a cena do filme, mas fez toda a diferença em algumas cenas, indo de Something, na voz de Paulo Vilhena e Francisco Miguez, até Mundo Livre.

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Dirigido pela sensacional Laís Bodansky, diretora de "Bicho de sete cabeças", o filme consegue passar sua mensagem da maneira proposta. A adolescencia não é um mar de rosas como parece quando crescemos, parece que esquecemos como era aquela época conforme vamos ficando mais velhos, mas de uma forma ou de outra, sendo jovem ou não, o importante é ser feliz, seja tentando ficar com seu professor de física, com a menina metida do colégio ou com uma pessoa do mesmo sexo, a felicidade é uma busca incansável que infelizmente poucos conseguem alcançar, mas há verdade nas seguintes palavras: "Não tente, faça ou não faça".

E vamos tirar o chapéu para as atuações deste filme, de atores consagrados como Denise Fraga (Camila), Caio Blat (Artur) e Zé Carlos Machado (Horácio) à atores nem tão conhecidos como os dois amigos Gabriela Rocha (Carol) e Francisco Miguez (Mano), isso sem contar com a celebridade Fiuk. Não falemos de atuações individuais, seria até um crime, apenas saliento como é prazeroso poder assistir a um filme nacional com tão boas atuações.

Parábens aos atores, a Laís e a todos que conseguiram fazer deste filme uma realidade.

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"Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce. É só mais complicado."

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Análise - (500) Dias com ela

"(500) Days of Summer"

"Isso não é uma história de amor. É uma história sobre amor."



Este filme é como um banho quente em uma manhã gélida de inverno. E se você assistiu sabe do que estou falando.

Antes de começar a falar da história em si preciso comentar a referência ao clássico de Woody Allen, "Noivo nervoso, noiva neurótica". A cena dividida que mostra expectativa e realidade é muito boa, ele subindo as escadas, batendo na porta, a reação dela em ambas as telas, as outras pessoas, as conversas... melhor não me ater à cena, se escrever o que tenho em mente posso acabar com a beleza da cena para aqueles que não tenham assistido.

A história:

Mais uma história com aquela clássica e clichê fórmula do garoto que conhece a garota, algumas coisas dão errado no meio do caminho, outras coisas dão certo e por aí vai. A pergunta é: isso faz deste filme mais um clichê, mais uma comédia romântica qualquer e que logo será esquecida? Definitivamente não. E talvez sejam exatamente estes elementos postos de uma outra forma que fizeram deste filme um dos melhores que eu vi esse ano, e se ainda há justiça no mundo, certamente este filme será indicado para melhor roteiro original no Oscar 2011.

Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) é formado em arquitetura, e ele ama edificios, desenhos e criação. Seu trabalho? Ele escreve cartões comemorativos. Aqueles que você compra no dia dos namorados, ou no dia das mães e nem percebe que realmente tem alguém ganhando dinheiro para escrever aquelas baboseiras, ops, se você faz isso, somente desconsidere.
Ele viveu sonhando com o amor de sua vida, e enfim sente que sua vida vai mudar quando conhece a assistente de seu chefe, a doce, quer dizer, nem tão doce assim, Summer (Zooey Deschanel).
A Summer é o oposto de Tom. Não acredita no amor e não quer acreditar. Linda e fria. Vive a vida ao máximo sem o paradigma feminino de encontrar o amor de sua vida, casar-se, ter filhinhos e blá blá blá.

Então seria este um casal fadado ao fracasso? Será que o amor não consegue vencer diante de duas pessoas com expectativas opostas? O começo do filme já nos responde as perguntas: sim e não, respectivamente.

A fita nos mostra de maneira um tanto quanto desordenada parte dos 500 dias do relacionamento entre Tom e Summer, misturando momentos bons e ruins e nos envolvendo lentamente na trama, nos fazendo viver e sentir o relacionamento no minimo perturbado do casal.

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Este filme é o debut the Marc Webb como diretor de um longa-metragem, apesar da experiência na direção de videoclipes. E esta experiência de contar histórias em um período tão curto de tempo, usando o máximo possível de meios para entreter o espectador que dá um ritmo totalmente novo a trama. Um filme bem colorido e em alguns momentos mais escuro, dependendo do que a cena pede. Dialogos rápidos e diretos, poupando-nos de cair no tédio e nos fazendo sempre esperar a próxima cena anciosamente, como se cada segundo do filme fosse uma história separada, mas que sem a qual não haveria um todo, todo este que é sublime.

O engraçado do filme são realmente as referências a outros filmes do genêro e como Webb consegue de uma maneira diferente contar um tipo de história que já vimos milhares de vezes no cinema, e verdadeiramente fazer-nos sentir como se fosse um filme totalmente novo e diferente, e de certa forma é. E a trilha sonora? Ahh.. é assunto para um post inteiro, mas vamos tentar resumir em uma palavra a trilha sonora, me corrijam se eu disser alguma besteira: lamentavelmente estupenda. Ok, foram duas palavras, mas foi o que pensei da trilha, lamentavelmente estupenda, tão simples e sútil, misturando clássicos do rock'n roll com um pop soul contemporâneo, foi a alma do filme, e sem a mesma dificilmente estaria ocupando o lugar que está na minha lista de melhores filmes.

E as atuações?

O jovem Joseph Gordon-Levitt que interpretou o protagonista Tom conseguiu cumprir seu papel muito bem. O seu jeitão meio cult trouxe ao personagem um quê de nerd apaixonado e intelectual que foi extremamente agradável de se assistir, e mesmo em cenas um pouquinho mais longas ele não se deixou levar e fez um ótimo trabalho, digno de aplausos, sempre há uma ou outra coisinha que você gostaria de poder mudar em um filme, mas posso dizer com certeza que eu não mudaria este ator, que caiu como uma luva ao personagem.

Ahhhhh... melhor falar ao invés de suspirar pela linda e ótima Zooey Deschanel, a Summer. Um rostinho meigo e de mocinha certinha. A escolha perfeita para o par romântico de Tom. Com um sorriso lindo conseguiria agradar o mais chato dos criticos, com certeza, não foi a mais profunda das atuações, e não me atrevo a dizer que é uma das melhores atrizes da atualidade, mas para o papel proposto foi ótima, fez seu papel muito bem, e de uma forma ou de outra, ela certamente deu um pouco mais de beleza ao filme, certo?

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Para terminar vamos agradecer ao roteiro de Scott Neustadter e Michael H. Weber, que conseguiram escrever algo tão delicioso de se assistir e que será eternamente lembrado como um dos ótimos filmes que tivemos neste ano de 2010.

Fica aqui a dica para o filme que talvez mude seu jeito de pensar sobre amor, ou talvez só confirme o que nós, que já passaram por tragédias amorosas sempre soubemos.

Até mais.

sábado, 10 de abril de 2010

Análise - Ilha do Medo

"Já havíamos explorado alguns limites juntos, em 'Gangues de Nova York' e 'O aviador', mas em 'Os Infiltrados' nos demos conta de que podíamos ir mais longe. Depois disso sabíamos que queriamos voltar a trabalhar juntos e ultrapassar os limites"  - Martin Scorsese

Tenso, belo, fruto de mentes, no mínimo, perturbadas e sem sombra de dúvidas genial.

Há momentos em que você percebe que está presenciando algo diferente, algo que está em um outro patamar daquilo que você está acostumado a ver, ou alguma coisa diferente de tudo, que vai te mudar, e posso dizer que são poucos estes momentos. Talvez o primeiro beijo, o primeiro dia de aula, e definitivamente, nestes meus 21 anos de vida: "Ilha do medo".

Li várias críticas sobre o filme, dizendo que ele é ruim, ou pouco inovador, que o Scorsese não foi bem, o Leonardo DiCaprio não foi bem, o "Aviador" é melhor e blá blá blá. Opinião é opinião, a minha é a seguinte: o filme é demais.

O filme:

Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) é um agente federal que vai para Shutter Island afim de investigar o desaparecimento de uma paciente. Ao começar a investigação Teddy e seu parceiro, Chuck, sofrem da antipatia e a resistência de todos os funcionários do hospital, prisão, ou seja lá o que seja aquilo.

Frio e tenso. "Shutter Island" tem um quê de Hitchcock, e certamente de "Psicose", e por isso tenha sido tão mal criticado, mas de qualquer forma é genial. A trilha sonora é uma atração a parte, transportando-nos cada vez mais para dentro do filme. Uma montagem praticamente impecável, poucos filmes conseguem chegar em um nível técnico tão bom, com sequências como as deste filme.

Introspectivo em alguns momentos, insano em outros, e por mais difícil que possa parecer, extremamente sútil, foram mais de 2 horas que, sinceramente, nem senti passar.

E certamente não posso deixar de comentar a atuação do Leonardo DiCaprio, que sofre milhares de críticas em todos os seus trabalhos, grande parte com algum embasamento temos que concordar, mas que fez seu papel extremamente bem em "Ilha do medo". Eu não imagino alguém melhor para o papel, você imagina? Caiu como uma luva para ele, perturbado, débil em alguns momentos, talvez um tanto novo para veterano de guerra, mas nem tanto, é que fico com a imagem de "Titanic" na cabeça, enfim, ele foi bem, mostrou que conhecia o personagem e que sabia exatamente o que estava fazendo, trabalho de quem entende, e certamente ele entende, se não o Martin nunca entregaria este papel para ele.

Não me prolongarei neste texto, fica aqui a dica.

Ah, antes de acabar, vocês preferem viver como monstros ou morrer como heróis?

Até a próxima.