sexta-feira, 9 de julho de 2010

Análise - Um Olhar do Paraíso

Olá. Mais de um mês sem postar, eu sei. Mas a vida de trabalhador e estudante é um tanto quanto corrida.

Direção: Peter Jackson


Uns dias atrás fui a locadora e peguei "Um olhar do paraíso". Desde a época em que ele estava no cinema sinto um comichão para ver este filme, e no final das contas não foi nada demais. Mais uma vez culpa da minha expectativa? Ou será o filme abaixo do que o elenco e diretor insinuam?

A história:

A família Salmon é apenas mais uma. Tudo vai bem para eles, até o dia em que sua filha mais velha, Susie (Saoirse Ronan) é brutalmente assassinada e não há pistas do assassino. O pai começa uma corrida contra tudo e todos afim de encontrar o responsável pela sua perda, a mãe sem o consolo e o apoio do marido foge sabe-se lá para onde deixando os outros dois filhos com sua mãe e marido (ex-marido?). E enquanto as coisas desmoronam ao redor da família Salmon, a jovem Susie observa tudo de um estranho lugar, entre o céu e a terra. Ela está decidida a ajudar o pai a encontrar seu assassino, que vive logo na casa ao lado.

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O filme bem feito, tem efeitos ótimos, uma trilha excepcional, a fotografia é digna de um Oscar, mas a história e a direção são cansativas. O modo como momentos cômicos e tensos são entrelaçados é ridículo, muito abaixo do diretor da trilogia "Senhor dos anéis". O roteiro tem uma certa pretensão mas falha muito e pouco conta durante as mais de duas horas de filme, que eu apenas aguentei devido a belíssima fotografia que é a melhor coisa deste filme. O diretor de fotografia, Andrew Lesnie, conseguiu com ótimos momentos nos transportar para algumas cenas, e ele acerta tanto no drama terreno quanto na segunda trama que se passa em um plano celestial.

A fita é recheada de clichês desde o começo "família feliz" até o final "trágico", o ponto alto do filme, tanto para o bem quanto para o mal é o assassino, Stanley Tucci. Um personagem mau escrito e com um perfil mais manjado que a bilheteria do Crepúsculo, mas que apesar disso foi representado de forma magistral por Stanley. E já que estamos falando de boas atuações, deixo um parabéns especial a jovem Saoirse, que fez um ótimo papel (mais uma vez), ela já havia participado do elenco de "Desejo e Reparação".

O filme faz de tudo para tirar sua própria credibilidade. Temos, por exemplo, uma cena em que Susie se queixa para sua avó sobre seu amor platônico, Ray, um garoto de sua escola, que segundo a própria "nem sequer sabe de sua existência. Tudo isso para cinco minutos depois vermos ele se declarando, do nada, para a garota (??????).

A forma como o assassinato de Susie acontece também é pouco digno de aplausos. A fita nos mostra um assassino meticuloso e inteligente que deixa milhares de rastros de seu crime, e o pior de tudo, Peter (o diretor) faz de tudo para que a policia não perceba tais pistas, deixando para o pai, com a ajuda espiritual da filha, o trabalho de acabar com o mistério.

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Infelizmente o diretor, Peter Jackson, tentou muito acertar que acabou pecando nos mais sutis pontos. Ele se deixou levar pelo roteiro fraco e transformou um filme que tinha um ótimo potencial em um drama familiar de um lado e um thriller policial pífio do outro. Eu, sinceramente, gostaria de ter mais o que falar sobre o filme, mas os erros são poucos e constantes e os acertos praticamente inexistem, então, melhor encerrar e esperar por filmes melhores.

Até mais.