domingo, 5 de dezembro de 2010

Análise - A Rede Social

"You don't get to 500 million friends without making a few enemies".

Dirigido pelo excelente David Fincher, "A Rede Social" mostra desde seu início a criação da rede social Facebook e como Mark Zuckerberg se tornou o bilionário mais jovem do mundo.

O filme é, no mínimo, irônico. Mark, que conecta milhares de pessoas através do facebook, é uma pessoa extremamente só e que teria dificuldades em nomear um verdadeiro amigo.

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A primeira cena do filme é o término do namoro de Mark, e logo aí somos apresentados ao gênio solitário e prepotente que após levar um fora da namorada corre para seu dormitório em busca de redenção e vingança, combinação esta que seria o pontapé inicial para a idéia que o tornaria bilionário. Motivado por rancor e algumas bebidas ele cria o facematch.com, um site com centenas de fotos hackiadas de bancos de dados de diversas redes, onde você pode escolher a menina mais bonita. E em meio ao caos que ele incita com o site, que em poucas horas gera 22.000 visitas, Mark escreve posts rancorosos sobre como sua ex-namorada é uma idiota e tem seios pequenos.

E aos poucos o filme se mostra tanto uma biografia do jovem astro e como uma busca por um lugar comum. A fita varia entre flashbacks sobre a criação da rede social, o processo jurídico dos irmãos gêmeos e o presente, onde Mark está sendo processado por Eduardo Saverin, seu "único amigo", como o próprio se proclama.


"Todo mito da criação precisa de um diabo", diz uma advogada a Mark durante o filme.

Estar conectado é uma realidade no mundo de hoje. E o Facebook é exatamente sobre isso, quantos de vocês não estão com uma janela da rede social aberta neste exato momento enquanto lêem este post? O filme anda em dois sentidos diferentes. Em um primeiro momento Mark Zuckerberg é demais, tem tudo que sempre quis e está prestes a conquistar o mundo. Visionário e insolente. Certamente a pessoa mais feliz de todo o planeta. Porém conforme o filme avança esta visão se distorce e projetamos um novo Mark, sozinho e triste. Enquanto todos se divertem na festa de um milhão de membros do facebook lá está ele, no escritório vazio, perdido e indefeso diante das pessoas e do mundo que o cerca.

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Jesse Eisenberg, que interpreta Mark Zuckerberg, deixou de ser uma ótima surpresa em filmes para se tornar um verdadeiro astro. Mas uma boa atuação, que apesar de não ter exigido muito foi bem feita. O mesmo se aplica a Andrew Garfield, que teve um papel importante na pele de Eduardo Saverin e foi muito bem, talvez até roubando um pouco a cena de Jesse. E a grande surpresa foi a boa performance de Justin Timberlake, deste eu realmente não esperava nada; talvez tenha sido por isso.

"A Rede Social" é bem feito e tem uma trilha sonora perfeita, dissonante e moderna, e não podia ser diferente uma vez que o tema central de tudo é o facebook; e acima de tudo, não podíamos esperar menos de um filme dirigido pelo David Fincher. O roteiro, que foge um pouco da real história da criação do site, é interessante e legalzinho, convence sem cansar. Segundo Mark, ele nunca teve a tal namorada do começo do filme, e está com a mesma namorada desde antes do facebook.

Um bom filme para se passar o tempo e matar a curiosidade sobre o personagem  que é Mark Zuckerberg e sobre a rede social mais usada no mundo.

Até mais.