Cinema Anormal

Sinceramente? Não me decepcionei com o filme. Mas certamente foi porque já não esperava nada dele desde o ínicio.

"Nossas digitais não se apagam das vidas em que tocamos".

O que esperar de um filme que começa com uma frase dessas? Ainda mais sendo pronunciada pelo vampiro Edward, ahn?

Pouco consistente e com personagens fracos e mau trabalhados, essa é minha impressão do filme, que apesar disso tem lá suas boas cenas, poucas, mas tem, e o clímax do fim ainda vale uma parte do ingresso.

Dirigido por Allen Coulter com roteiro de Will Fetters, este é "Remember me", mais um filme esquecível para minha coleção.

A história:

Tyler é um garoto problemático desde a morte do irmão. Não sabe o que quer da vida e não sabe para onde vai. Bebe e fuma excessivamente. Ally (Emilie de Ravin - Lost) é filha do policial que prende Tyler após uma briga em um bar. Uma aposta dá ínicio ao romance dos dois, que tinha tudo para alcançar uma profundidade digna de bons filmes como "Candy" e "Requiem for a dream", mas se mostra mais um passatempo para chegarmos logo ao final trágico, ou talvez para alguns nem tanto.

Se a história e o par romântico já pareciam um tanto quanto clichês, vão com calma, pois ainda tem mais. Tyler tem o dom para sofrer, e ele gosta, e ninguém pode negar. Ele encontra os mais ridículos motivos para brigar, se sentir infeliz e miserável, ah, e gosta de poesia.

O que começou em uma aposta transforma-se em amor, um amor que podia transformar Tyler e Ally, que tem um coração e uma mente desfigurada desde de o assassinato de sua mãe, durante um assalto no metrô, fato que a menina presenciou. Mas o que acontece na fita é que Ally é pouco trabalhada e pouco conhecemos a garota durante o filme, ela é mais um brinquedinho de Tyler, mais uma em sua cama, apesar de o filme nos mostrar uma outra perspectiva.

E em um filme como este não podia faltar a bipolaridade familiar que tanto sucesso faz no cinema. O pai executivo, distante, sem tempo para os filhos e sempre ocupado. A irmãzinha a quem o herói deve proteger, estranha, sem amigos e triste, sempre esperando o pior da familia, além da mãe que estava ali, apesar de um papel pouco significativo. Esta é a familia de Tyler.

Em meio a um roteiro pouco consistente, com pouca coisa a oferecer, o filme nos leva durante uma longa jornada à vida do garoto Tyler para a única coisa que realmente vale a pena no filme, seu fim, e nem vale tanto assim, enfim, acho que eles sabiam que a história não era nada demais, as atuações não foram nada demais, o que restava era o fim, e certamente o filme foi trabalhado em torno dele, cheio de referências sutis, que eu sinceramente só percebi depois que saí do cinema.

*****

A fita vai fazer um certo sucesso, isso pelo Robert Pattison que está longe de ser um grande ator. O filme usa e abusa de closes do galã, o que certamente levará a loucura as menininhas frenéticas e todos os outros fãs de Crepúsculo.

Algumas coisas não são tão fáceis de se controlar e muito menos de se aceitar, há momentos na vida que não entendemos e certamente não entenderemos nunca, a vida é curta e devemos aproveitar cada instante, mesmo que não seja o que você esperava, mesmo que o que você faça não valha nada para o mundo, e realmente não vale, mas faça, é preciso. Essa é a mensagem do filme, passada de uma forma nem tão genial, mas passada.

Não acho que seja necessário comentar atuações. É só dar uma olhada no elenco, mas devo dizer que Pierce Brosnan foi bem, quer dizer, foi. Pagando bem, que mal tem, não é Pierce?

****

Enfim, não é o pior filme do ano. Não será. Mas não será o melhor, e isso nem de longe, mas acho que cumpriu o seu papel, dar um gostinho a mais de Edward para os fãs de Crepúsculo, espero que "The Runaways" que estréia esse mês, com a dupla Dakota Fanning e a Bella (Kristen Stewart) não tenha a mesma pretenção, e seja realmente bom, tanto quanto a banda merece. E Kristen, encarnar a Joan Jett é bem maior que ser uma menininha apaixonada por um vampiro, mas isso você deve saber!

Até mais.