sábado, 10 de abril de 2010

Análise - Ilha do Medo

"Já havíamos explorado alguns limites juntos, em 'Gangues de Nova York' e 'O aviador', mas em 'Os Infiltrados' nos demos conta de que podíamos ir mais longe. Depois disso sabíamos que queriamos voltar a trabalhar juntos e ultrapassar os limites"  - Martin Scorsese

Tenso, belo, fruto de mentes, no mínimo, perturbadas e sem sombra de dúvidas genial.

Há momentos em que você percebe que está presenciando algo diferente, algo que está em um outro patamar daquilo que você está acostumado a ver, ou alguma coisa diferente de tudo, que vai te mudar, e posso dizer que são poucos estes momentos. Talvez o primeiro beijo, o primeiro dia de aula, e definitivamente, nestes meus 21 anos de vida: "Ilha do medo".

Li várias críticas sobre o filme, dizendo que ele é ruim, ou pouco inovador, que o Scorsese não foi bem, o Leonardo DiCaprio não foi bem, o "Aviador" é melhor e blá blá blá. Opinião é opinião, a minha é a seguinte: o filme é demais.

O filme:

Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) é um agente federal que vai para Shutter Island afim de investigar o desaparecimento de uma paciente. Ao começar a investigação Teddy e seu parceiro, Chuck, sofrem da antipatia e a resistência de todos os funcionários do hospital, prisão, ou seja lá o que seja aquilo.

Frio e tenso. "Shutter Island" tem um quê de Hitchcock, e certamente de "Psicose", e por isso tenha sido tão mal criticado, mas de qualquer forma é genial. A trilha sonora é uma atração a parte, transportando-nos cada vez mais para dentro do filme. Uma montagem praticamente impecável, poucos filmes conseguem chegar em um nível técnico tão bom, com sequências como as deste filme.

Introspectivo em alguns momentos, insano em outros, e por mais difícil que possa parecer, extremamente sútil, foram mais de 2 horas que, sinceramente, nem senti passar.

E certamente não posso deixar de comentar a atuação do Leonardo DiCaprio, que sofre milhares de críticas em todos os seus trabalhos, grande parte com algum embasamento temos que concordar, mas que fez seu papel extremamente bem em "Ilha do medo". Eu não imagino alguém melhor para o papel, você imagina? Caiu como uma luva para ele, perturbado, débil em alguns momentos, talvez um tanto novo para veterano de guerra, mas nem tanto, é que fico com a imagem de "Titanic" na cabeça, enfim, ele foi bem, mostrou que conhecia o personagem e que sabia exatamente o que estava fazendo, trabalho de quem entende, e certamente ele entende, se não o Martin nunca entregaria este papel para ele.

Não me prolongarei neste texto, fica aqui a dica.

Ah, antes de acabar, vocês preferem viver como monstros ou morrer como heróis?

Até a próxima.

1 Comment:

  1. Lígia said...
    esse filme é incrivel, parte técnica beira a perfeição, o ponto que o Scorsese acertou pra mim foi ter feito um filme pra cineasta e ao mesmo tempo pra um público que não é especifico. Esse pessoal tem mania de falar mal de tudo , adoram encontrar problemas em filmes de grandes diretores, queria ver fazer igual.
    Adorei!
    bjos

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