segunda-feira, 19 de abril de 2010

Análise - (500) Dias com ela

"(500) Days of Summer"

"Isso não é uma história de amor. É uma história sobre amor."



Este filme é como um banho quente em uma manhã gélida de inverno. E se você assistiu sabe do que estou falando.

Antes de começar a falar da história em si preciso comentar a referência ao clássico de Woody Allen, "Noivo nervoso, noiva neurótica". A cena dividida que mostra expectativa e realidade é muito boa, ele subindo as escadas, batendo na porta, a reação dela em ambas as telas, as outras pessoas, as conversas... melhor não me ater à cena, se escrever o que tenho em mente posso acabar com a beleza da cena para aqueles que não tenham assistido.

A história:

Mais uma história com aquela clássica e clichê fórmula do garoto que conhece a garota, algumas coisas dão errado no meio do caminho, outras coisas dão certo e por aí vai. A pergunta é: isso faz deste filme mais um clichê, mais uma comédia romântica qualquer e que logo será esquecida? Definitivamente não. E talvez sejam exatamente estes elementos postos de uma outra forma que fizeram deste filme um dos melhores que eu vi esse ano, e se ainda há justiça no mundo, certamente este filme será indicado para melhor roteiro original no Oscar 2011.

Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) é formado em arquitetura, e ele ama edificios, desenhos e criação. Seu trabalho? Ele escreve cartões comemorativos. Aqueles que você compra no dia dos namorados, ou no dia das mães e nem percebe que realmente tem alguém ganhando dinheiro para escrever aquelas baboseiras, ops, se você faz isso, somente desconsidere.
Ele viveu sonhando com o amor de sua vida, e enfim sente que sua vida vai mudar quando conhece a assistente de seu chefe, a doce, quer dizer, nem tão doce assim, Summer (Zooey Deschanel).
A Summer é o oposto de Tom. Não acredita no amor e não quer acreditar. Linda e fria. Vive a vida ao máximo sem o paradigma feminino de encontrar o amor de sua vida, casar-se, ter filhinhos e blá blá blá.

Então seria este um casal fadado ao fracasso? Será que o amor não consegue vencer diante de duas pessoas com expectativas opostas? O começo do filme já nos responde as perguntas: sim e não, respectivamente.

A fita nos mostra de maneira um tanto quanto desordenada parte dos 500 dias do relacionamento entre Tom e Summer, misturando momentos bons e ruins e nos envolvendo lentamente na trama, nos fazendo viver e sentir o relacionamento no minimo perturbado do casal.

*****

Este filme é o debut the Marc Webb como diretor de um longa-metragem, apesar da experiência na direção de videoclipes. E esta experiência de contar histórias em um período tão curto de tempo, usando o máximo possível de meios para entreter o espectador que dá um ritmo totalmente novo a trama. Um filme bem colorido e em alguns momentos mais escuro, dependendo do que a cena pede. Dialogos rápidos e diretos, poupando-nos de cair no tédio e nos fazendo sempre esperar a próxima cena anciosamente, como se cada segundo do filme fosse uma história separada, mas que sem a qual não haveria um todo, todo este que é sublime.

O engraçado do filme são realmente as referências a outros filmes do genêro e como Webb consegue de uma maneira diferente contar um tipo de história que já vimos milhares de vezes no cinema, e verdadeiramente fazer-nos sentir como se fosse um filme totalmente novo e diferente, e de certa forma é. E a trilha sonora? Ahh.. é assunto para um post inteiro, mas vamos tentar resumir em uma palavra a trilha sonora, me corrijam se eu disser alguma besteira: lamentavelmente estupenda. Ok, foram duas palavras, mas foi o que pensei da trilha, lamentavelmente estupenda, tão simples e sútil, misturando clássicos do rock'n roll com um pop soul contemporâneo, foi a alma do filme, e sem a mesma dificilmente estaria ocupando o lugar que está na minha lista de melhores filmes.

E as atuações?

O jovem Joseph Gordon-Levitt que interpretou o protagonista Tom conseguiu cumprir seu papel muito bem. O seu jeitão meio cult trouxe ao personagem um quê de nerd apaixonado e intelectual que foi extremamente agradável de se assistir, e mesmo em cenas um pouquinho mais longas ele não se deixou levar e fez um ótimo trabalho, digno de aplausos, sempre há uma ou outra coisinha que você gostaria de poder mudar em um filme, mas posso dizer com certeza que eu não mudaria este ator, que caiu como uma luva ao personagem.

Ahhhhh... melhor falar ao invés de suspirar pela linda e ótima Zooey Deschanel, a Summer. Um rostinho meigo e de mocinha certinha. A escolha perfeita para o par romântico de Tom. Com um sorriso lindo conseguiria agradar o mais chato dos criticos, com certeza, não foi a mais profunda das atuações, e não me atrevo a dizer que é uma das melhores atrizes da atualidade, mas para o papel proposto foi ótima, fez seu papel muito bem, e de uma forma ou de outra, ela certamente deu um pouco mais de beleza ao filme, certo?

****

Para terminar vamos agradecer ao roteiro de Scott Neustadter e Michael H. Weber, que conseguiram escrever algo tão delicioso de se assistir e que será eternamente lembrado como um dos ótimos filmes que tivemos neste ano de 2010.

Fica aqui a dica para o filme que talvez mude seu jeito de pensar sobre amor, ou talvez só confirme o que nós, que já passaram por tragédias amorosas sempre soubemos.

Até mais.

2 Comments:

  1. Mariana said...
    o melhor filme, com a melhor trilha sonora. (L)

    lindo, lindo, lindo. não consigo pensar/falar nesse filme sem dar um suspiro. *------------------------------*


    "Isso não é uma história de amor. É uma história sobre amor."
    Raíssa said...
    achei esse filme muito bonito.. e o Tom também

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