terça-feira, 20 de abril de 2010

Análise - As melhores coisas do mundo

Este filme é inspirado na série de livros "Mano" de Gilberto Dimenstein e Heloisa Prieto.

O que tinha tudo para ser somente mais um filme nacional conseguiu sucintamente fazer-se um tremendo de um filme, com cenas divertidas e sinceras além de uma história envolvente, apesar de passada.

A história:

O personagem principal, Mano (Francisco Miguez) tem 15 anos. Ele é inseguro de si mesmo e trilha a estrada normal para um jovem de sua idade, a primeira vez com uma menina, a descoberta do amor e suas decepções, o convívio com seus pais e seus colegas de escola e por aí vai.

Logo no começo da fita Mano e seu irmão, Pedro (Fiuk), descobrem que o pai deles é homossexual, e é aí que começa a se desenhar a história. Como ambos lidam com a idéia de um pai gay e como eles lidam com todo o resto da escola sabendo disso é a idéia (ou ideia, seguindo a nova ortografia) do filme.

Do outro lado há a jovem Carol (Gabriela Rocha), uma menina normal que prefere conviver com meninos do que com as garotas de sua idade. Ela é a melhor amiga de Mano, e a pessoa com quem ele divide todos os segredos e vice-versa, isso até um acontecimento mudar as coisas.

Este filme vai por caminhos até hoje não muito explorados no cinema. É um filme sobre jovens, feito para jovens, que hoje são realmente uma grande parte do mercado cinematográfico, mas nem por isso o filme deixa de ser gostoso de se ver para aqueles um pouco mais velhos. A história passa por fins de relacionamentos para uma menina apaixonada pelo professor, e ainda descreve como uma vida pode ser infernizada pelo tão pouco falado Bullying digital. Outra coisa para a qual devemos nos atentar é para a trilha sonora. Caiu como uma luva, cada música no seu lugar certo, no momento certo, não tomou a cena do filme, mas fez toda a diferença em algumas cenas, indo de Something, na voz de Paulo Vilhena e Francisco Miguez, até Mundo Livre.

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Dirigido pela sensacional Laís Bodansky, diretora de "Bicho de sete cabeças", o filme consegue passar sua mensagem da maneira proposta. A adolescencia não é um mar de rosas como parece quando crescemos, parece que esquecemos como era aquela época conforme vamos ficando mais velhos, mas de uma forma ou de outra, sendo jovem ou não, o importante é ser feliz, seja tentando ficar com seu professor de física, com a menina metida do colégio ou com uma pessoa do mesmo sexo, a felicidade é uma busca incansável que infelizmente poucos conseguem alcançar, mas há verdade nas seguintes palavras: "Não tente, faça ou não faça".

E vamos tirar o chapéu para as atuações deste filme, de atores consagrados como Denise Fraga (Camila), Caio Blat (Artur) e Zé Carlos Machado (Horácio) à atores nem tão conhecidos como os dois amigos Gabriela Rocha (Carol) e Francisco Miguez (Mano), isso sem contar com a celebridade Fiuk. Não falemos de atuações individuais, seria até um crime, apenas saliento como é prazeroso poder assistir a um filme nacional com tão boas atuações.

Parábens aos atores, a Laís e a todos que conseguiram fazer deste filme uma realidade.

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"Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce. É só mais complicado."

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