quinta-feira, 6 de maio de 2010

Análise - Alice no país das maravilhas

Bom, podemos seguir duas linhas de raciocínio após o filme. Ou a gente fica pensando no quão diferente da história original é ou ficamos maravilhados com o belo filme que presenciamos e esquecemos de tudo que conhecíamos da jovem Alice ou do nosso querido Chapeleiro.

A história:

Alice (Mia Wasikowska) é uma jovem inglesa de uns 16, 17 anos, prestes a receber uma proposta de casamento de um inglês pouco atraente que pouco combina com o intelecto visionário da menina. Alice tem, desde muito pequena, recorrentes sonhos sobre um mundo fantástico, ao qual ela se refere como o País das maravilhas. Nestes sonhos ela vê uma lagarta que fala, aliás, muitos dos animais de seu sonho falam, ela sonha com dois gemeos gorduchos engraçadinhos, um Sr. que usa sempre o mesmo chapéu e está sempre tomando chá, uma rainha....não, não, são duas rainhas...

Se você se chocou ao ver Harry Potter no cinema após anos lendo os livros e imaginando cada umas das cenas nas telonas, certamente "Alice" será um desafio aos seu senso critico, mas confessem, não foi bem mais legal começar o filme diferente da já passada cena onde Alice está deitada na grama antes de ver e seguir um coelho branco?

Nesta história Alice está um pouco mais velha, a história se passa anos depois das primeiras aventuras da meninas em Wonderland, e as coisas estão mudadas por lá, a rainha vermelha (Helena Bonham Carter), que se no livro era uma paspalha onde onze entre dez palavras eram: "Corte a cabeça dele/dela", "Cortem-lhe as cabeças" (óbvio que ninguém a obedecia), no filme ela é uma megera, continua paspalha, mas todos as obedecem, e o incidente das tortas que marcava o fim da história do primeiro livro é um pano de fundo no filme, para apresentar a personagem de Helena Bonham Carter aos telespectadores. Mas já que começamos a falar de personagens, vamos ao Chapeleiro (Johnny Depp). No livro ele nada mais é que um Chapeleiro maluco que passa os dias tomando chá e se diz amigo do tempo. No filme não só é o mentor de Alice no país das maravilhas, como se torna um affair, um affair? Pelo amor... Isso é pedofilia, mas tudo bem já que estamos falando de uma história de Carrol... Enfim, no filme o personagem de Depp passa de um personagem cômico e querido do livro para um icone da revolta contra a Rainha Vermelha e ascensão de sua irmão a Rainha Branca (Anne Hathaway). Falando em rainha branca, o que eram aquelas mãozinhas dela? Parecia uma dançarina de ballet, linda como sempre, protagonizou várias belas cenas, tanto pela atuação, como pelas suas roupas, maquiagem... só aparecendo ela já faz uma baita diferença.

Voltando a história... eu disse que as coisas estavam um pouco mudadas em Wonderland. Depende do ponto de vista, claro. Para ser sincero, a história em si pouco inova e menos ainda prende o telespectador. Alice volta para salvar o mundo da Rainha vermelha, o Oráculo mostra que no futuro será a jovem Alice que derrotará o Jabberwocky, o mais temido monstro do wonderland, no "Frabulous day" devolvendo o poder a Rainha Branca. Um pouco de romance no meio, algumas pitadas de comédia, um visual magnifíco, que pouco utilizou a projeção 3D, e pronto, está aí "Alice in Wonderland", nada além de um bom filme, bonito e que nos dá um gostinho a mais de Tim Burton, o que já esta ótimo.

Não me entendam mal, não acho que o filme devia ser uma cópia fiél do livro, acho que ter sido bem diferente foi bom, mas faltou algo, algo que temos esperado há meses, desde o anúcio da estréia. Quem não se deliciou pensando no lago de lágrimas de Alice nas mãos de Burton? Bom, eu pensei muito...


Outro comentário... O livro de Carrol é totalmente sem nexo, personagens aparecem e somem do nada, a história não tem um porque, assim como os acontecimentos, mas é tudo muito bem escrito e amarrado, e no fim você se delicia com todo este non-sense, e infelizmente o filme foi muito certinho, uma batalha entre o bem e o mal, que nem de longe existe no mundo fantasioso de Lewis Carrol. Lamento pela falta de algumas coisas, mas brindo ao filme, que de um ponto de vista técnico foi bom, uma fotografia muito boa, um figurino colorido e agradável aos olhos, atuações boas, nenhuma espetacular, mas no geral boas...

De qualquer forma, é impossível, se você leu o livro não fazer referências, mas no final tudo dá certo, não é? E o filme acabou dando, de um jeito inusitado... Aconselho vocês a assistirem, se ainda não o fizeram. Como eu disse, visualmente é lindo, ótimo para aqueles que preferem filmes à livros, mas se você gosta de ler um bom livro imaginando todas aquelas palavras pulando para fora e exercitando seu imaginário, compre o livro e boa leitura.

Até mais.

1 Comment:

  1. Barci said...
    Boa critica, o filme é bem feito porem sem ser surpreendente. Na legenda perdeu-se um pouco das palavras inventadas do filme.

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