sábado, 29 de maio de 2010

Direção: Sidney Lumet

"Que você esteja no paraíso por meia hora antes que o diabo saiba que você está morto."

"Soberbo... Assista o quanto antes. Este filme gruda em você e não te deixa pensar em outra coisa".
                                                         (Roger Ebert, Chicago Sun Times)


Um filme meio antigo, de meados de 2008, que vi na locadora este fim de semana, e me chamou muito atenção pelo nome, no minímo bem sugestivo.

Tendo assistido ao filme o que posso dizer é que ele peca muito em coisas simples e principalmente nas atuações, que em momento algum ganham a profundidade necessária, falta um algo mais, e saliento que este não é um filme ruim, mas nem de longe é "o filme".

A história:

Andrew "Andy" Hawson (Philip Seymour Hoffman) e Hank Hawson (Ethan Hawk) são irmãos. Andy é um executivo viciado em drogas, com um casamento cansado e a beira do abismo. À procura de dinheiro para se mudar para o Brasil e enfim ter uma vida feliz ao lado de sua esposa (Marisa Tomei) ele se vê fazendo jus à frase: o fim justifica os meios. Já Hank é divorciado e tem uma filha, cuja pensão mal consegue pagar, assim como suas outras contas. Os problemas financeiros de ambos leva Andy a arquitetar um assalto a joalheria da família e enfim resolver o problema de ambos, sem outra opção e fascinado com a alternativa de enfim poder resolver sua vida Hank aceita a proposta.

Aparentemente um trabalho fácil, visto que os dois já trabalharam na loja, mas um instante de desatenção e diversos acontecimentos inesperados transformam o que seria uma maneira fácil de se ganhar dinheiro em uma desesperadora corrida contra o tempo e contra todos. Ao invés da velhinha que habitualmente cuida da loja, naquela manhã quem abriu a loja foi a mãe de Andy e Hank, que acaba levando um tiro de um rapaz contratado por Hank para entrar e pegar todo o dinheiro e jóias, rapaz este que acaba morto, vitima de tiros disparados pela Sra. Hawson.

E neste ponto a história se abre para dois caminhos diferentes, em um deles os irmãos Hawson tentam fugir daquilo que fizeram e esconder seu crime, apesar dos diversos problemas e reviravoltas que os esperam. Por outro lado, o pai deles, Charles (magistralmente representado por Albert Finney), quer vingança pela que aconteceu com sua esposa e começa uma corrida para descobrir quem estava por trás do assalto, isso, claro, sem saber que está atrás dos filhos.


Uma proposta boa, um ótimo grupo de atores e um bom diretor. Infelizmente o filme comete muitos erros, seja na montagem e edição ou nas própria atuações, e por isso as vezes tem um ritmo meio quebrado e pouco convincente. Logo na primeira metade da fita já sabemos a história toda, conhecemos os fatos que levaram ao acontecimento fatal do filme e sabemos quem vai acabar se ferrando com tudo.

Eu, sinceramente, esperava mais da história e do desenvolvimento dos personagens, que com pouca profundidade e muita trama acabam se tornando cansativos e com isso o filme se torna um pouco chato e massante, longe da soberbidade anunciada. Mas além dos erros o filme também acerta em alguns momentos, acerta principalmente em deixar a vida ainda mais difícil para os irmãos Hawson a cada nova cena, nos fazendo sentir receosos e impacientes pelo fim, inesperado, diga-se de passagem, porque a história nos leva a imaginar um fim provável, talvez dois, mas quando finalmente acontece, somos pegos de surpresa e é realmente no fim do filme, em sua última cena que o filme faz seu principal acerto de contas e se redime pelos momentos chatos que nos proporcionou, momentos estes que são mais do que necessários para o seu desfecho (tavez nem todos, mas enfim...).

Quando as duas histórias finalmente convergem em uma só é que o filme deixa de ser massante para se tornar o mais verdadeiro possível, despertando e questionando valores éticos e morais da maneira mais inesperada. Apesar dos problemas é um bom filme que aconselho a todos.

Até mais.

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