segunda-feira, 10 de maio de 2010

Análise - A Verdade Nua e Crua

Direção: Robert Luketic
Roteiro: Nicole Eastman, Karen Mccullah Lutz e Kirsten Smith


Antes de falar do filme vamos a uma analogia que talvez vos faça entender a minha frustração / animação com o filme:

Você chega em um restaurante... você sempre vai lá com sua mulher, namorado, marido ou afins. O lugar é enorme e o melhor de tudo, está vazio. Legal, pode escolher o lugar que preferir. Então você para, olha ao redor e vê uma mesa no canto do salão, ao lado de uma pequena janela, um lugar bem familiar e gostoso, sempre que vai a este restaurante acaba sentando lá, e é sempre atendido pelos mesmos dois ou três garçons de lá. No fim você acaba pedindo o mesmo salmão da última vez, ou o macarrão da penúltima, são os melhores pratos, para que mudar?

É... meu caro amigo, vou lhe dizer que tanto você quanto eu somos assim, talvez não tão especificamente sobre comida e restaurantes, mas sobre filmes. Quando acabei de assistir "A Verdade Nua e Crua" eu parei uns instantes e refleti sobre o filme que eu havia acabado de assistir. Ele é bom tecnicamente mas tem um roteiro para lá de gasto e conhecido. E o pior de tudo? Eu gostei. Quer saber o que é ainda pior? Você provavelmente também irá gostar, se já não tiver gostado. E é por esta nossa fragilidade de sempre nos animarmos com filmes "novos, porém iguais a tudo" que estes ditos cujos continuam sendo produzidos e aparecendo aos montes (e dando certo!).

Uma fita cujo roteiro é fraco e com uma direção, nada além de, competente e fiel a proposta: divertir durante esquecíveis uma hora e meia.

A história:

Abby Richter, vivida intesa e perfeitamente pela belíssima Katherine Heigl, é uma produtora de um programa matutino de notícias. Ela é workaholic, controladora, metódica e tem uma certa "dificuldade" quando a questão é se relacionar. Mas as coisas estão prestes a mudar quando ela conhece o "jack ass, mother fucker", além de grosso e convencido, Mike Chadway (Gerard Butler). Mike é apresentador do programa The Ugly Truth, que é o nome original do filme. Mike é da opinião de que os homens são todos iguais, só se interessam por seios e bunda, e pouco se importam com o intelecto de uma mulher (ok, pode até em parte ser verdade, mas o mesmo serve para as mulheres).

O programa de Abby está indo de mal a pior com sua audiência cada vez mais baixa. Diante disto os diretores resolvem contratar Mike, contra o gosto de Abby, claro. E o pior de tudo para ela é que dá certo. The ugly truth vira um sucesso matinal e ela aos poucos começa a ceder, pelo menos, ao talento do rapaz. Afinal, o fim não justifica os meios?

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"A Verdade Nua e Crua" é recheada de clichês que no fim acabam sendo bons a trama. Apesar de sua história batida e cansativa ele nos prende até sua cena final, que diga-se de passagem não é nem de longe uma surpresa, aliás, nenhum pedaço do roteiro nos surpreende, tudo acontece exatamente como devia acontecer, como estamos acostumados a ver acontecer em todos os filmes deste gênero.

Hit's musicais comtemporâneos dão um ritmo às cenas e um ar meio cult-pop em alguns momentos, além de uma fotografia simples, porém eficaz, que em certas horas parece remeter ao estilo utilizado em telenovelas, que, confesso, é legal de ser usado em certas partes do filme.
Mas apesar dos pesares é um bom filme, que diverte, prende e nos faz dar uma ou duas risadas, e ao fim da fita nos leva a pensar, nem que apenas um pouco, no amor e seu estranho jeito de acontecer.


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As (2) atuações...

Katherine Heigl é uma ótima atriz. A cena em que ela tem um orgasmo na mesa de jantar de um restaurante chique é demais, não é nenhuma Meg Ryan, mas é boa. Nem de longe lembrou suas atuações em Grey’s Anatomy, que eram, no geral, ruins, apesar de eu gostar do seriado. Deu um algo a mais a personagem, além de beleza, óbviamente. Com um humor inteligente deu uma vida a uma ótima personagem, que se não será lembrada eternamente por este papel, pelo menos a fará ser lembrada em Hollywood, porque potencial para algo melhor ela tem, apesar das criticas.

Gerard Butler... Depois de “300” nem tem como questionar o cara. Ele é foda, com o perdão da palavra. O papel lhe caiu mais do que bem, e entre os dois protagonistas é disparado o que atuou melhor. Apesar do personagem não ser uma benção em sua vida, ele conseguiu com um pouco de talento dar uma lapidada e nos divertir com algumas boas piadas e ótimas tiradas.

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Se no fim de nossas vidas o que levamos são apenas o conhecimento e as recordações, prepara-se para não levar "The Ugly Truth" com você para o túmulo. Certamente a fita não será uma referência para nosso futuro, mas é uma ótima pedida para passar um tempo despretencioso e relaxado. Se for ver com um namorado (a) então, ainda melhor, desta forma consegue passar pelas cenas mais chatinhas com um ou outro beijo.

É isso aí, até mais.

1 Comment:

  1. Anônimo said...
    Esse filme é ótimo!

    Acho que o fato de ser cheio de 'lugares comuns' é o que faz o filme ser bom.

    São aquelas situações com que todos nós nos identificamos. Eu já passei por isso, você também, nossos amigos também... Então a gente acaba rindo da gente mesmo.

    Não é o meu tipo de filme, demorei pra assistir e só concordei depois de muuuuuuuuita insistência, mas gostei!

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